O escritório da Emater/RS-Ascar de Barra do Ribeiro tem como uma de suas principais atividades a ação de assistência técnica e extensão rural e social (Aters) com os indígenas. O trabalho é realizado em cinco aldeias e um acampamento, todos da etnia Mbya Guarani. Devido ao expressivo número de indígenas e às características específicas deste público, e também, à situação de vulnerabilidade social e econômica em que vivem, essa atividade demanda muito trabalho e exige um olhar especial das extensionistas municipais: Nadir Feijó e Bárbara Getz.

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A comunicação com este público é um ponto que necessita especial atenção no trabalho. Além das diferenças nos idiomas, a cultura, os costumes, as práticas e suas percepções da realidade são diferentes.

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"Nós auxiliamos constantemente os Guarani no encaminhamento à documentação, no acesso a benefícios sociais, orientamos sobre direitos e deveres como cidadãos”, explica Nadir.

Durante a pandemia de covid-19 e o isolamento social que ela impôs, a comunicação ficou restrita a telefonemas e mensagens WhatsApp. “Ficamos impedidos de circular e ir até as aldeias e as comunidades ficaram ainda mais isoladas neste período. Por isso, a internet tornou-se um item ainda mais relevante para todos”, afirma Bárbara.

Preocupadas com a dificuldade de internet para os indígenas, as extensionistas da Emater/RS-Ascar aproveitaram para inscrever no Projeto Iniciativa Valor Local, da CMPC Celulose Riograndese, uma proposta que beneficiasse a aldeia Yvy Poty já que eles se enquadravam nas exigências por possuírem uma Associação regularizada. “Há tempos sabíamos da necessidade da internet neste local, e do alto custo de instalação devido ao seu isolamento geográfico. Levamos a proposta até a aldeia que prontamente aceitou”, esclarece Bárbara.

Para concorrer ao prêmio de R$ 10 mil reais, do Projeto Iniciativa Valor Local, a Emater/RS-Ascar auxiliou na produção de um vídeo curto e também na organização e envio do restante da documentação exigida. Os Guarani nomearam a proposta de: “O Bom Uso do Dinheiro”, utilizando como justificativa a importância da internet para a escola da aldeia e para facilitar a participação online das lideranças Guarani em eventos, reuniões, espaços representativos como conselhos e comitês. A instalação de internet também favorece a geração de renda através da divulgação e venda do artesanato nas mídias digitais, o acesso à informação e a sistemas de programas sociais.

A proposta “O Bom Uso do Dinheiro” foi a vencedora do Projeto Iniciativa Valor Local e está em fase de execução. A aldeia será contemplada com todo o equipamento necessário para instalação de internet e um ano de mensalidades pagas. Para a Emater/RS-Ascar foi uma grande satisfação poder auxiliar os indígenas até por ser um grande avanço para a comunidade Mbya Guarani já que a internet irá beneficiar todos moradores da aldeia e a escola indígena.

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